Secretaria de Comunicação

A vereadora Edna Sampaio (PT) defendeu o direito de fala de um de seus convidados para o espaço Tribuna Livre, na sessão ordinária da Câmara Municipal desta quinta (20), o coordenador Movimento em Defesa das Pessoas atingidas pela Hanseníase (Morhan), João Victor Pacheco Fos Kersul de Carvalho.

Ele expôs a situação dos pacientes de hanseníase, pedindo a destinação de políticas públicas para este segmento e, ao final de sua participação, pediu licença para manifestar repúdio à moção de aplausos aprovada na Câmara em favor da Polícia Civil do Rio de Janeiro pela operação realizada na favela do Jacarezinho (RJ) no início deste mês, na qual morreram 28 pessoas.

“Como cuiabano, manifesto meu voto simbólico referente à moção de aplausos que teve votação na quinta passada. Sou a favor da justiça, sou contra a execução e a pena de morte, sou a favor da aplicação da lei e da ressocialização do indivíduo”, ele começou a dizer, mas foi interrompido, e ainda afirmou: “Meu voto é não”.

Mas a intervenção foi interrompida imediatamente por um vereador, o qual alegou que o convidado não poderia dar sua opinião política na tribuna.

Depois de ter a fala restabelecida, o convidado continuou: “É importante estabelecer essa ponte de comunicação com o cidadão cuiabano, com a população que preserva a boa democracia eu tenho direito à minha opinião, como movimento social e como cidadão cuiabano e brasileiro as ideias diferentes devem ser escutadas e respeitadas”.

A vereadora Edna Sampaio pediu respeito ao convidado e outros vereadores lembraram que, pelo regimento, quem está falando na tribuna livre não pode ser interrompido. “Essa é a Casa do povo, todas as pessoas que vem aqui tem direito a sua opinião e cabe a nós o respeito à fala de quem é convidado aqui. Não fomos eleitos com o voto de todo mundo, mas todos aqui representam uma parcela da população e todos têm direito a se expressar”, disse ela.

“Que mensagem esta Casa pode passar a um jovem que, vindo pela primeira vez a esta Casa, é bombardeado na tentativa de interditar sua fala?”, opinou a vereadora.

“O povo pode vir aqui e falar a favor ou contra o que nós pensamos, não podemos interditar a fala das pessoas quero o direito meu e de todas as pessoas que pensam diferente de se posicionarem, pois não vivemos em um estado de exceção, nós estamos lutando pela nossa democracia”, disse ela.

 “A gente precisa tratar as pessoas com um pouco de carinho, foi muito constrangedor o que passamos aqui hoje”, opinou a vereadora Maysa Leão (Cidadania).

Neusa Baptista/Ascom Vereadora Edna Sampaio