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Os investimentos da municipalidade na saúde pública, em parceria com União e governo de Mato Grosso, só vão ser percebidos pelos usuários em 2012 ou talvez 2013. A projeção partiu do secretário municipal de saúde, médico Maurélio Ribeiro, durante sabatina no plenário da Câmara de Cuiabá, na sessão matutina desta terça-feira (30/11), principalmente porque as obras de reforma da ‘Ala Azul’ do Hospital e Pronto Socorro Municipal não tem previsão para ser concluída.
“O nosso Pronto Socorro sofre por conta de uma crônica falta de investimentos e pelo subdimensionamento de leitos tanto na rede pública quanto na conveniada”, argumenta o secretário. Ele reconheceu, na tribuna do plenário, que, por falta de vagas na rede conveniada, já houve “injustas e cruéis formas de adaptação para atender à demanda”.
O relator da Comissão de Educação, Cultura e Saúde da Câmara, vereador Lúdio Cabral (PT), cobrou da prefeitura seriedade na gestão do setor e lamentou que, num passado recente, a saúde tenha sido relegada a um plano inferior. Cabral sugeriu que o Pronto Socorro Municipal seja transformado numa autarquia, com autonomia financeira, para melhorar o atendimento à população. Ou pelo menos uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), com capacidade de gestão compartilhada.
“Somente com autonomia o Pronto Socorro poderá melhorar seu atendimento e ter os recursos otimizados”, calcula Lúdio.
O presidente da Comissão de Educação, Cultura e Saúde da Câmara, vereador Roosivelt Coelho (PSDB), disse que, nos últimos 10 anos, o Estado e a União jamais priorizaram investimentos na saúde de Cuiabá. “Espero que, agora, mesmo tardiamente, isso seja feito”, sugeriu Coelho, que cobrou firmeza do presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Arlan Azevedo Ferreira, na cobrança de verbas para a saúde da Capital.
“Não queremos mais que Cuiabá seja reconhecida, no interior e em outros estados, pelas imagens chocantes do Pronto Socorro Municipal, com pessoas esparramadas em macas ou tomando soro sentadas em cadeiras”, propôs o vereador Francisco Vuolo (PR), da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Maurélio Ribeiro disse que a ‘Ala Azul’ está sendo reformada justamente para assegurar “higienização e humanização” do Pronto Socorro. Ele admitiu que o prefeito Francisco Galindo corre o risco de não conseguir os recursos, em Brasília.
O vereador Clovito Hugueney (PTB), primeiro secretário da Câmara, sugeriu que a administração municipal traga de volta para Cuiabá a realização de transplante de órgãos. Ele recordou que, até 2007, isso era possível, mas a equipa foi desfeita por falta de interesse do então prefeito Wilson Santos (PSDB), que deixou o comando da municipalidade em março passado. “É um absurdo termos médicos capacitados, em Cuiabá, mas sermos obrigados a recorrer a Brasília, Campinas ou Curitiba”, reclama Clovito.
O vereador Professor Névinton Moraes (PRTB), vice-presidente da Comissão de Educação e Saúde, citou que o secretário Maurélio Ribeiro é um dos poucos que responde aos requerimentos dos parlamentares municipais e, também, atende às convocações do Poder Leiglativo.
O líder do Executivo na Câmara, vereador Júlio Pinheiro (PTB), afirma que o setor está sendo tratado com carinho na administração Chico Galindo. “Não é a saúde que desejamos nem está isenta de falhas, porém, melhorou – e muito – com um simples toque de gestão”, resume Pinheiro, lembrando que não há mais mortes por “carências b básicas ou doenças medievais”.
Ronaldo Pacheco