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A história da fundação de Cuiabá, segundo os historiadores, tem muito a ver com o rio, o índio e o ouro. O homem, através do rio, caminho natural, avançou para o interior na busca de índios, a fim de escravizá-los, uma vez que o maior crime da humanidade, a escravidão africana estava em declínio, e nessa procura aos índios acabou-se descobrindo ouro. E o ouro, como o dinheiro motivaram a ganância e a vinda de forasteiros à Cuiabá .

Foi lá pelos idos de 1718, portanto, 218 anos depois do descobrimento do Brasil, que alguns aventureiros resolveram formar expedições e avançar para o interior, inicialmente, com a intenção de prear índios para depois escravizá-los para os trabalhos forçados. E esses aventureiros usaram o rio, embora cheios de adversidade como cachoeiras, itaipavas e corredeiras, que dificultavam a navegação. E foi pelo rio Tietê, em São Paulo, hoje, em grande parte,  poluído e, em alguns trechos virou, simplesmente, esgoto, que esses destemidos homens, isso em 1718, entraram por terras mato-grossenses.

Essa foi uma fase inicial das entradas pelo interior, inicialmente, só com o fim de pegar índios para escravizá-los. Era a chamada “caçada aos bugres”. Depois disso vem a corrida ao ouro, já por volta de 1720, quando se deu notícias, em São Paulo, de que em Goiás e Mato Grosso estavam cobertos de ouro. Nessa fase o rio Tietê foi a principal rota pelas águas para chegar até as minas de Cuiabá. Foi a primeira ligação entre o interior e o litoral.

Contam alguns historiadores que foi o bandeirante Manoel de Campos Bicudo, lá pelos idos de 1673 a 1680, portanto, 173 anos depois do descobrimento do Brasil, quem pisou  pela primeira vez às terras de Cuiabá, primeiro homem branco, visto que já existiam índios morando nessas terras. Ele teria chegado na confluência do rio Cuiabá com o Coxipó. Mas, Manoel de Campos Bicudo estava com finalidade de descobrir as celebres Minas dos Martírios que ele botou na cabeça que existiam. Portanto, não deu bola para a descoberta do lugarejo que ele denominou de São Gonçalo. O sonho dele era as Minas dos Martírios.

Jê Fernandes – Secom/CMC