Secretaria de Comunicação

Infelizmente, somos testemunhas dessa dura realidade das famílias que têm seus jovens envolvidos com a criminalidade crescente em Cuiabá e Mato Grosso. Segundo o Censo populacional do IBGE de 2010, que também pesquisou os aspectos da violência, Mato Grosso ocupava o 153º lugar do Brasil, com adolescentes de idade de 12 e 17 anos, envolvidos com algum tipo de violência. De acordo com os números do IBGE, nesse período, a população jovem era de 326.646, sendo 42,37% de cinco cidades pesquisadas, Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Cáceres e Tangará da Serra.

Temos mecanismos de atendimento a esses jovens até eficazes em determinados momentos, como provas da recuperação de alguns deles, que se redimem de suas ações criminosas e voltam para a sociedade. Mas pode ser comparada a uma gota no oceano. E a questão está sem a resposta positiva que temos buscado na tentativa de salvar os jovens da criminalidade. A educação comportamental e escolar em alguns casos ajudou o retorno de adolescentes infratores para o convívio na sociedade.

Os programas socioeducativos têm sido de fundamental importância na orientação dos jovens que cumprem medidas de internações e, também, para as famílias, vítimas dos reflexos que a criminalidade juvenil causa a todos.

No próximo dia (5), a Câmara de Vereadores de Cuiabá terá mais uma vez, a oportunidade de mobilizar a sociedade para o debate desse tema complexo que atinge centenas de famílias e a sociedade no geral indiscriminadamente. O poder público e os segmentos sociais terão como propor sugestões para melhoria do sistema socioeducativo e seus reflexos para a segurança da população mato-grossense.

Outra pesquisa do IBGE realizada em julho de 2014 revelou uma estimativa de 3.224.357 habitantes em Mato Grosso, quase 1,6% da população nacional e Cuiabá, 580.489. Com certeza, de lá para cá, os números foram ampliados. Esse crescimento alinhado ao desenvolvimento econômico e social evidencia ao longo dos tempos, a necessidade de políticas públicas sociais, principalmente para o embate à violência urbana com a presença de crianças e adolescentes.

Atualmente, Mato Grosso conta com oito Centros de Atendimento Socioeducativo distribuídos por regiões, Cuiabá, Cáceres, Barra do Garças, Rondonópolis, Lucas do Rio Verde e Sinop. A média de jovens internados é de 12 até 40 adolescentes infratores, segundo os números do Plano Decenal/2014.

Além do crescimento de jovens infratores existem as dificuldades para a contratação de novos agentes de segurança socioeducativo, a manutenção das estruturas físicas das unidades que atendem os adolescentes. Os problemas são infinitos, mas as atitudes para se encontrar soluções positivas devem ser perseguidas nem que seja para salvar um adolescente do mundo do crime, que nunca foi compensador para ninguém.

Desde 2015, fazemos parte do grupo “Dai-me Almas” da Igreja São Gonçalo do Porto, onde levamos a evangelização, formação e oportunidades de uma nova vida aos jovens em conflito com a lei, no Complexo Pomeri, em Cuiabá. Do fruto desse trabalho estamos acompanhando o desenvolvimento de dois jovens fora do sistema socioeducativo do Pomeri. Como ousadia do nosso grupo, estamos construindo uma biblioteca e o espaço cidadania, denominados “Dom Bosco” numa área dentro do Pomeri, o que representará um avanço no tratamento desses jovens.
 
Sabemos que tem sido e será difícil o resgate desses jovens, pois dele depende vários fatores. Mas temos que iniciar um processo de crescimento espiritual e de cidadania para darmos um passo em direção ao restabelecimento desses irmãos. A luta valerá à pena se resgatarmos mesmo que seja um ser humano que se lançou para o mundo do crime.
 
Da assessoria de imprensa/Vereador Luís Cláudio