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19/09/2018
A importância da representação dos cuiabanos no parlamento estadual e federal: memória e perspectivas
Brunna Maria - CMC
Elizeu Nascimento, Juca do Guaraná, Dilemário Alencar, Lilo Pinheiro, Toninho de Souza, Paulo Araújo, Mario Nadaf e Sargento Joelson
As eleições para os cargos de representação estadual e federal se aproximam. No próximo dia 7 de outubro, o eleitor brasileiro terá mais uma vez a oportunidade de compor as instituições do poder legislativo e executivo. Esse direito, o voto, é fruto de uma luta incansável pela permanência e fortalecimento do sistema democrático, e devemos dar o seu devido valor.

Afirmo que a nossa atividade política começa ainda na infância. O choro de uma criança é muitas vezes o clamor por um direito, ao menos sob o seu ponto de vista, por mais incoerente que seja. Para namorar, precisamos pôr em prática a política da conquista, lutar pelo coração pretendido. Por fim, quando alcançamos a possibilidade de eleger políticos, a coisa é mais séria, pois é o desafio e o compromisso de zelar pelo futuro de todos, e não só o próprio, que está em jogo.

Nós nos vemos por vezes só como cidadãos com direito ao voto, mas há outros dispostos a conquistar o seu voto e representá-lo nas tantas instituições democráticas de caráter eletivo. Um desses pretensos conquistadores são os vereadores, grupo às vezes desapercebido, mas que influenciam no nosso dia a dia, porque antes de morarmos em uma país, moramos em uma cidade. As ruas por onde trafegamos, a água que chega em nossas residências, o lixo recolhido e o uso do dinheiro público por parte da Prefeitura são fiscalizados pelos vereadores.

Como referi, as eleições se aproximam e a história nos mostra que muitos de nossos ex-vereadores alcançaram cargos de grande relevância. Após uma árdua pesquisa no Tribunal Regional Eleitoral, encontrei alguns exemplos de vereadores que se elegeram deputados estaduais. Antônio Moysés Nadaf, vereador eleito em 1947, foi deputado estadual logo em seguida. Augusto Mário Vieira, vereador na década de 1960, foi eleito por quatro vezes para o cargo de deputado estadual. Benedito Alves Ferraz, vereador na década de 1970, foi deputado por duas vezes nessa mesma década. Estevão Torquato da Silva esteve na Assembleia legislativa em uma legislatura, nesse mesmo período.

Ocorre, que o período de maior escalada na transição de vereadores para deputados estaduais foi nas décadas de 1990 e 2000. Nomes como Wilson Santos, Roberto França e Emanuel Pinheiro, que também ocuparam, e este ocupa, o poder executivo municipal, são exemplos da década de 1990. Somam-se aos três os ex-vereadores Eliene Lima e Carlos Brito, este na transição para a década seguinte. 

Nos anos 2000, mais vereadores foram para a Assembleia Legislativa, inclusive as duas únicas mulheres, Chica Nunes e Vera Araújo. Além delas, os ex-vereadores João Malheiros, Sérgio Ricardo e Guilherme Maluf. Sérgio Ricardo alcançou os impressionantes 87 mil votos em 2010, e Walter Rabelo, os não menos impressionantes 70 mil votos no ano de 2002.

 Na Câmara Federal, tivemos na década de 1940 o ex-vereador Agrícola Paes de Barros, com os seus 4.713 votos. Antônio Moysés Nadaf, além de deputado estadual, foi deputado federal na década seguinte. Nos últimos trinta anos, Roberto França, Wilson Santos, Antero Paes de Barros, Eliene Lima, Lino Rossi e Valterni Pereira representaram Cuiabá na Câmara dos Deputados, este último permanece. Faço questão de apresentar um dado de relevância, que foi o número de votos de alguns deles. Roberto França alcançou 108 mil votos no ano de 1994, Lino Rossi, 78 mil em 1998, Wilson Santos obteve 94 mil em 2002 e nesse mesmo ano, Valtenir Pereira, com seus 52 mil votos. Em 2006, foi a vez de Eliene Lima, eleito com 62 mil votos e no pleito seguinte com mil votos a mais.

Dois senadores mato-grossenses passaram pela Câmara dos Vereadores, o primeiro foi Pedro Celestino, um dos primeiros vereadores do período republicano, que ocupou uma cadeira no Senado entre os anos de 1918 a 1926. Antero Paes de Barros, vereador entre os anos de 1983 e 1986, foi eleito senador de 1998, e de valia, saliento a sua participação na Constituinte 10 anos antes, como deputado federal.

Atualmente, a Assembleia Legislativa é ocupada por três ex-vereadores: Wilson Santos, em sua primeira oportunidade Guilherme Maluf, eleito por três vezes deputado estadual e recentemente, o suplente Alan Kardec, todos eles candidatos à reeleição. Como referido, na Câmara Federal permanece apenas Valterni Pereira desde 2003, já em seu quarto mandato, pleiteando agora o quinto.

Os dados levantados são relevantes para uma análise. Diante de uma população de 600 mil, cerca de 20% da população do estado, não seriam poucos os representantes da cuiabania? Três dentre 24 deputados estaduais, apenas um na Câmara Federal e nenhum no Senado. A baixa representatividade dos cuiabanos é preocupante para a cidade, traz a exemplo, uma maior dificuldade para a captação de recursos e a luta pelos interesses fundamentais da nossa cidade.

Para a eleição que será realizada daqui três semanas, oito vereadores colocaram seus nomes e ideais à disposição da população mato-grossense, em especial, de Cuiabá. Todos eles desejam representar a capital e os cuiabanos na Assembleia Legislativa. São eles: Jucá do Guaraná Filho, Mário Nadaf, Lilo Pinheiro, Paulo Araújo, Dilemário Alencar, Toninho de Souza, Sargento Joelson e Elizeu Nascimento.

Escolhe-los, como acredito, é fundamental para o futuro de Cuiabá. Devemos pôr de volta para o cenário político estadual e federal os nossos mais autênticos e atuais representantes. Lutemos por Cuiabá.  


Danilo Monlevade
Analista Legislativo
Coordenadoria de Cultura e Resgate Histórico
culturacmc@hotmail.com



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